No âmbito da presidência pro tempore do Paraguai no MERCOSUL Cultural, a Comissão de Economia Criativa e Indústrias Culturais (Cecic) e o Foro de Sistemas de Informação Cultural do MERCOSUL (Sicsul) realizaram suas respectivas reuniões nesse país. Os encontros culminaram no passado 16 de outubro com avanços positivos para as políticas culturais dos países do bloco.
Tanto o Sicsul quanto a Cecic iniciaram suas atividades em Assunção na quinta-feira, dia 15 de outubro, culminando com uma plenária conjunta no dia seguinte, visando articular esforços e gerar colaboração entre ambas as instâncias de trabalho. O Sicsul realizou suas reuniões na sede da Academia Paraguaia da História e a Comissão de Economia, no Arquivo Nacional de Assunção.
A agenda de trabalho da Cecic girou em torno dos desafios sobre a circulação de bens culturais na região, as políticas e as legislações específicas sobre o tema. Um dos debates mais importantes da reunião foi relativo ao desenho do projeto piloto do Selo MERCOSUL. Para dialogar sobre o assunto, organizou-se um painel que contou com convidados da Direção Geral de Aduanas, do Ministério de Indústria e Comércio, da Direção Geral de Migrações e com especialistas em integração regional.
“Brasil elaborou um estudo sobre como pode ser aplicado o Selo. Se for implementado, ele passará a ser uma garantia de circulação, sem fins comerciais. Muitas vezes, os gestores culturais têm problemas nas fronteiras para levar seus produtos. É um canal para facilitar a livre circulação não comercial, de integração”, explicou a Diretora Geral de Diversidade e Processos Culturais da Secretaria Nacional de Cultura (SNC) do Paraguai, Zulma Masi, quem liderou as reuniões da Cecic.
Masi também contou alguns detalhes da próxima edição do Mercado de Indústrias Culturais do Sul (Micsul), que acontecerá em Bogotá, em agosto do próximo ano. “Houve reuniões preparatórias. Em cada país, serão capacitados os gestores e em março de 2016 será feita convocação pública, na qual os produtores devem se inscrever. Por parte do Paraguai queremos garantir a maior participação possível, pois na edição anterior o resultado foi muito alentador e há muita expectativa”, declarou.
O Micsul é um espaço de intercâmbio que reúne seis setores das indústrias culturais – audiovisual, editorial, música, artes cénicas, videojogos e design– dos dez países participantes: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, constituindo-se em una plataforma de produtos, bens e serviços culturais, um espaço onde se visibiliza a produção cultural da América do Sul.
Por outra parte, o cronograma de trabalho do Sicsul incluiu apresentações de materiais bibliográficos e debates sobre como obter articulações com as outras comissões do MERCOSUL Cultural a fim de conseguir maior colaboração, melhor sistematização dos dados, pesquisas e informações culturais que vêm surgindo na região e sua incidência na tomada de decisões em matéria de políticas culturais, informou a Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai.
Sobre o MERCOSUL Cultural
Criado em 1998, o MERCOSUL Cultural tem o objetivo de estimular o debate e o fortalecimento do bloco, posicionando a cultura como elemento fundamental da integração regional. Suas áreas de destaque são o intercâmbio de políticas culturais, o desenvolvimento de estudos, a integração de sistemas de informação e estatística, a promoção do intercâmbio técnico e artístico, a gestão do patrimônio cultural e a valorização da memória social e da diversidade cultural.
O MERCOSUL Cultural trabalha de forma ampliada com cinco Estados Partes: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e com sete Estados Associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Suas reuniões regulares ocorrem semestralmente.
Fonte: API