Os países do MERCOSUL, representados pelos Presidentes e Chefes de Estado decidiram recordar os 40 anos do início da Operação Condor para aprofundar e avançar os processos de memória, verdade e justiça de nossos povos. A 40 anos desse operativo, estamos frente a um MERCOSUL decidido a coordenar políticas e ações de direitos humanos.
“Recordaram que, em 2015, completam-se 40 anos da criação da “Operação Condor”, articulação repressiva organizada no contexto dos regimes de facto que assolaram a região, que constituiu o processo de repressão estatal coordenado mais grave vivido em países da América do Sul. Condenaram firmemente os fatos acontecidos nessa etapa e reafirmaram o compromisso de que a preservação da memória, a busca da verdade e o império da justiça sejam parte da construção atual e futura de nossas democracias” Parágrafo 17 do comunicado conjunto dos Presidentes e Presidentas dos Estados do MERCOSUL e Associados.
Recordar os 40 anos é uma aposta e uma reafirmação do compromisso com a memória, a verdade, a justiça e também com a democracia que os presidentes e as presidentas do MERCOSUL fizeram até o momento. Assim, soma-se a outros instrumentos como os protocolos de compromisso com a democracia e os direitos humanos e a criação de uma institucionalidade com o IPPDH para acompanhar e contribuir para que os compromissos assumidos saiam do papel.
No aniversário de 40 anos da reunião que originou a mais bem sucedida coordenação para reprimir e calar os povos, é necessário relembrar o que esse fato gerou: o sequestro, a tortura e o extermínio de cidadãos da América do Sul, sem deixar de olhar para o futuro da integração em direitos humanos que está sendo gestado no MERCOSUL. A Operação Condor foi um plano coordenado das ditaduras do Cone Sul para perseguir, assassinar e torturar dissidentes políticos sem nenhuma fronteira de contenção, desde mediados da década de 70 até o princípio dos anos 80. No dia 25 de novembro de 1975, em uma reunião realizada em Santiago do Chile entre Manuel Contreras, chefe da polícia secreta chilena, e os líderes dos serviços de inteligência militar da Argentina, da Bolívia, do Paraguai e do Uruguai esse plano começou a ser arquitetado.
Hoje, com a consolidação do MERCOSUL como espaço para a integração não apenas econômica, mas também social e política, os Estados reafirmam seu compromisso de promover a memória, a verdade, a justiça e a defesa dos direitos humanos na região.
O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL felicita essa decisão, assumindo o mandato recebido da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH) de realizar uma série de atividades e ações que visibilizem os 40 anos depois da Operação Condor: Memória, Verdade e Justiça. Democracias e Direitos Humanos.